
Conhecendo a uva Pinot Noir
A uva Pinot Noir é uma poetisa romântica e temperamental! Palavras do crítico inglês Andrew Jefford. Esta afirmação certamente está fundamentada no comportamento desta maravilhosa casta tinta que escolhe com critérios muito rigorosos onde será plena! Fora de seu berço, a região da Borgonha na França, são poucos os locais onde se sente bem e reproduz suas incontáveis virtudes como se estivesse em sua terra natal.
Há registros de que era cultivada pelos Gauleses por volta de 150 a.C. Na Borgonha é plantada desde o século IV d.C.
O ideal é que seja cultivada sob clima seco e bem fresco, porém, sem frio excessivo, o que originaria vinhos inexpressivos, já o calor em demasia faz perder suas maiores virtudes, que são: a elegância, fineza e mineralidade. Suas características físicas fazem dela mais sensível aos diferentes tipos de clima e solo, desta forma, se estiver em um ambiente adequado, depois de vinificada será o terroir em estado líquido.
Como já mencionado, não são muitos os lugares onde ela se dá bem, Nova Zelândia, Alemanha, noroeste e nordeste da Itália, Casablanca no Chile, Walker Bay na África do Sul, Oregon nos Estados Unidos, São Joaquim em Santa Catarina e é claro, a Borgonha são os eleitos da poetisa.
É uma das três uvas autorizadas na elaboração do Champagne, espumante proveniente da homônima região do nordeste da França.
Apesar da fama de delicada tem aptidão para longos estágios em barricas, dá origem a vinhos muito longevos devido à sua estrutura, alguns da Borgonha, por exemplo, podem chegar facilmente a quinze ou vinte anos e nas melhores safras, passar dos trinta. O mesmo não acontece no novo mundo, ficam prontos mais cedo, mas não é raro encontrar neozelandeses, americanos ou chilenos que podem chegar a dez anos.
Poucos vinhos são tão bons quanto um Pinot Noir que passou alguns anos na garrafa.
Se ainda não experimentou, experimente!
Créditos: Sidney Lucas – Sommelier